Empreendedorismo

A TV está pronta para ser Social?

No post Entenda o que é TV Social apresentei alguns pontos que me chamaram a atenção sobre a TV social. Falei também...

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No post Entenda o que é TV Social apresentei alguns pontos que me chamaram a atenção sobre a TV social. Falei também que a transformação da nossa TV em uma TV social requer apenas um empurrãozinho. Nesse post pretendo discutir esse tal empurrãozinho a luz das tecnologias de TV digital que temos hoje em dia.

Em um excelente artigo intitulado Towards the convergence of digital TV systems do Luiz Fernando, Marcelo Moreno, Romualdo Costa e Marcio Moreno, os autores discutem a convergência dos sistemas de TV digital existentes. Sistemas de TV digital nesse caso são abordagens para a recepção de conteúdo televisivo, como por exemplo: IPTV, WebTV, Internet TV, Broadband TV, Terrestrial DTV, Satellite DTV, Broadcast TV, P2P TV e por ai vai.

De uma forma geral, a diferença entre estes sistemas está na sua camada de transporte. Por exemplo, enquanto IPTV usa uma rede IP como base de transmissão, nossa TV digital usa o MPEG2-TS. Essas diferenças, entretanto refletem nos serviços que esses sistemas disponibilizam ao usuário (telespectador) e consequentemente diferentes middlewares surgem para esses diferentes sistemas. Para dar um exemplo dessas diferenças de serviços, imagine por exemplo a dificuldade que seria na TV digital sem canal de retorno oferecer um serviço de Vídeo sobre demanda (VoD) e a facilidade de fazer a mesma coisa num sistema de IPTV.

O que mais me chamou atenção nesse artigo, foi o destaque para o middleware como papel principal nessa convergência. Um middleware único mascararia as diferenças existentes nesse sistemas fazendo com que tudo se resumisse a TV digital. Mas o que me chamou mais atenção ainda, foi ver que o nosso middleware Ginga-NCL já possui boa parte das características necessárias para um middleware flexível o suficiente para permitir essa integração e simples o suficiente para permitir que aplicações sejam criadas de forma muito simples.

Mas porque estou falando sobre isso? Você deve estar se perguntando. Acontece que permitir que os usuários consigam criar conteúdo interativo de forma simples e além disso independente da plataforma é uma condição primordial para a implantação da TV social.

Mas se já temos um middleware que permite que avancemos em direção a TV social, o que faltaria então? Aplicativos que permitam que troquemos experiências com nossos amigos? Bom, acredite, isso já temos também.

Hoje já podemos expressar nossa opinião sobre um programa de TV com o aplicativo da Peta5 Gostei/Não gostei. Imagine o poder que um aplicativo simples como esse dá ao telespectador. Simplesmente por conseguir indicar, no momento em que desejar, se está gostando ou não de um determinado conteúdo.

Não está satisfeito? Quer opinar de uma forma mais completa, dando argumentos? Experimente então a versão de Twitter para TV digital do Manoel Campos. Você pode falar para todos os seus amigos se está, ou não gostando, de um programa e o por quê.

Mas TV social não é também distribuir conteúdos que personalizamos e inclusive visualizar o que é mais interessante para nós? Sim, e acredite, isso também já é possível. Atualmente um grupo da UFSCar possui uma ferramenta chamada Watch&Comment que nos permite fazer comentários e desenhos em um vídeo e depois compartilhar com outros usuários. Sem falar também no TargTV da Peta5 que nos permite assistir comerciais mais relevantes ao nosso gosto.

Perfeito! Então nossa TV já está pronta para receber o carimbo da TV social? Não. E ai é que vem o ponto mais crítico. A mudança mesmo não vem com os aplicativos, mas sim com a mudança do paradigma de se assistir TV. Não assistir mais ao canal da emissora mas de uma comunidade, lembra? O problema é que não há um interesse para essa mudança.

Você acha que as emissoras de TV deixariam de lado suas transmissões para que comunidades possam fazer isso por elas? Eu acho que ainda não. Acho que esse é um processo lento e difícil. Requer mudanças profundas de modelos de negócio, sem falar na mudança das emissoras de transmissoras para criadoras de conteúdo. Acredito que esse processo ainda vai requerer muito esforço nosso, enquanto comunidade de TV digital, para acontecer.

E você? Concorda comigo?

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