Sumário
Você já se perguntou porque alguns produtos e serviços “pegam” e outros não? Porque coisas que parecem incríveis num dia desaparecem totalmente no outro e coisas que no começo não parecem tão incríveis assim fazem um sucesso tremendo?
Para responder essa questão que sempre atormenta a cabeça de nós empreendedores primeiro precisamos entender algumas coisas.
Entenda a diferença entre uma boa ideia e uma inovação
Quando falamos em inovação, boas ideias e criatividade, muitas coisas se confundem e as fronteiras entre uma coisa e outra nem sempre são claras e, para inovar, entender essas fronteiras é fundamental.
Uma inovação é uma ideia que chegou ao fim da jornada trazendo retorno aos seus idealizadores e gerando valor para o seu público alvo, ou seja, um produto ou serviço que traz retorno financeiro para a empresa e deixa seus clientes satisfeitos em adquiri-lo.
Toda inovação gera valor para outras pessoas além de seus próprios idealizadores. Uma inovação social, por exemplo, mesmo não tendo um foco comercial beneficia várias pessoas de uma determinada comunidade, um produto inovador resolve o problema de muita gente, e assim por diante.
Inovar não é simplesmente fazer as coisas de outra maneira. Tenha em mente que uma inovação precisa ser alguma coisa aplicável e que beneficia as pessoas de alguma forma.
Já uma boa ideia é algo legal, muito bonito mas que ainda não se desenvolveu totalmente ao ponto de ajudar as pessoas ou é algo que ainda está no meio do caminho, seja dentro da cabeça de alguém, nas prateleiras de alguma loja, em um arquivo na sua área de trabalho ou descrita em alguma patente em um escritório pelo mundo.
O liquid paper é um bom exemplo disso.
Tudo começou em 1951 quando a secretária Bette Nesmith Graham, cansada de passar borracha nos papéis, inventou uma maneira rápida para corrigir erros de datilografia sem rasuras: um líquido branco, à base de água, que secava rapidamente, para ser passado com um pincel de esmalte de unha por cima da palavra datilografada incorretamente.
O invento virou febre entre as secretárias e em 1968 a empresa fundada por Bette vendeu 1 milhão de frascos do produto. Logo após, em 1979, sua empresa já com 600 funcionários foi comprada pela Gillette por US$ 48 milhões.
A inovação é uma ideia que chegou ao fim da jornada.
Desenvolva a sua boa ideia
Parece meio obvio, mas normalmente temos a tendência de não deixar a ideia andar com as próprias pernas, ou seja, queremos que ela se mantenha exatamente como a concebemos. É difícil se desapegar da concepção inicial e deixar os interessados ou stakeholders moldarem sua ideia para que ela se adapte as reais necessidades de mercado.
Dói, mas é isso o que precisa ser feito, não há outro caminho para que uma ideia se torne uma inovação e há várias ferramentas que podem ajudar nisso, como o design thinking ou o lean startup.
Para ilustrar, podemos comparar a inovação a uma árvore frutífera e a boa ideia a uma das muitas sementes plantadas com a intenção de obter esta árvore. Plantar a semente apenas não garante a você uma arvore que dará muitos frutos… já, o solo, local, clima, época do ano e as podas durante o seu desenvolvimento, sim.
Assim como várias sementes morrem durante o seu processo de crescimento, várias ideias morrem durante o processo de inovação. Isto é normal, saudável e necessário: esse é o famoso funil da inovação.
Na verdade, construir uma inovação envolve muito mais a atitude de fazer a ideia acontecer, do que a capacidade de gerá-la. Vamos lá, traga a sua ideia ao mundo real.
Para que a inovação aconteça ou, em outras palavras, a ideia se desenvolva e faça um sucesso tremendo, é preciso que aconteça uma combinação de eventos que, assim como no caso da semente, são:
1. Plantar a ideia em solo adubado
O mouse e o computador como o conhecemos foram inventados pela Xerox. Alguém tem um mouse ou computador Xerox? Parece que não deram muita bola a essa ideia por lá…
Esteja certo de que você está lidando realmente com o seu público alvo, antes de buscar um feedback para a sua ideia.
2. No local, clima e tempo certos
A Apple lançou uma câmera digital em 1994 e um vídeo game com acesso à internet em 1995. Não lembro de ter jogado nada no meu Applestation…
Às vezes você precisa esperar o momento certo para colocar a sua ideia no mercado. Projetos sobre uso inteligente de água por exemplo, podiam até ser interessantes há uns dois anos atrás, mas qualquer bom projeto nesta área hoje, tem grandes chances de ser adotado, nem preciso dizer por que, né.
3. Realizar podas regulares para que cresça forte e saudável
Procurando uma forma de aumentar a vida útil do leite e reduzir seu volume, o inventor americano Gail Borden patenteou um novo método para fabricar leite em 1856. A novidade não chamou muita atenção até o início da Guerra de Secessão nos Estados Unidos, em 1861, quando o exército, procurando uma maneira fácil e nutritiva de alimentar suas tropas, incluiu o produto no suprimento básico dos soldados.
Quando a guerra acabou eles voltaram para a casa e contaram para suas famílias sobre o novo tipo de leite. Foi quando o leite condensado, um produto que foi inicialmente usado para suprir uma necessidade específica do exército durante a guerra, ficou extremamente popular com vários outros usos na culinária mundial.
Na maioria das vezes é preciso abandonar os ramos menos frutíferos do seu projeto para que outros se desenvolvam com todo o seu potencial. Isso faz parte do processo e deve ser feito sempre que necessário.
É melhor ter uma pequena árvore cheia de frutos do que um emaranhado gigante de folhas sem resultado algum.
Como está sua plantação de inovações? Terra seca ou frutífera? Você conhece outras formas de estimular a transformação de ideias e inovações? Compartilhe nos comentários.