Comece sua startup hoje mesmo – e sem software!

Quando você pensa em começar sua startup, o que vem à mente? Um produto inovador? Clientes entrando automaticamente em seu site, pagando, voltando para comprar de novo e seu sorriso crescendo, crescendo e crescendo ao observar a conta bancária?

Melhor pensar mais um pouco… O principal engano da maioria dos empreendedores é achar que os clientes virão. Como virão? Ah, virão, ué… Será que funciona como passe mágica?

Não caia nessa. Aquisição de usuários é uma das mais poderosas ferramentas que sua empresa pode desenvolver. E ela começa desde o passo número 1: a descoberta do cliente. Com o tempo, você verá que ao descobrir o cliente você estará descobrindo também o seu produto, e muito sobre a sua startup, em si.

A boa notícia é que é possível fazer isso com o mínimo de investimento (mas não sem o máximo de dedicação). Vamos ver uma maneira de fazer esse teste e aprender, sem uma única linha de código envolvida.

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O tal do concierge

Já falei aqui sobre essa técnica de transformar seu produto em serviço para simular o funcionamento da empresa, o chamado concierge. Ele é uma ferramenta muito útil para validar a hipótese de entrega de valor que sua futura empresa se propõe a fazer. Com esse “faz de conta” é possível fechar ciclos completos de compra e testar uma série de aspectos com o cliente: desde a forma como ele vai chegar a você, até como funciona o pedido e os meios de pagamento.

É como se nesse primeiro momento você mesmo fosse seu software. Assim, você realiza manualmente funções e processos que, mais tarde, serão automatizados por um algoritmo. Se esse momento chegar, é porque você conseguiu provar que esse negócio entrega valor e que dá dinheiro mesmo (que beleza!).

Exemplos famosos

Algumas empresas que hoje são bem grandes começaram a partir de um concierge, como o Groupon e o Airbnb. O primeiro fazia descontos em pizzas e, quando fechava um grupo de interessados, ia atrás da pizzaria para fazer a oferta, comprar mais barato no volume e conseguir entregar. O segundo, fazia a união entre pessoas com quartos vagos em casa e outras interessadas em ocupar esses quartos por um final de semana ou período curto – tudo isso offline.

Parece complicado, arriscado? Pense no risco de criar um software inteiro, no tempo de dedicação, nas pessoas envolvidas, nos testes… Para só depois de algumas (longas) semanas testar e passar outras (longas) semanas fazendo muitos ajustes. Sob essa perspectiva, o concierge não representa um risco tão alto assim, né?

Funciona para quase tudo

Alguns modelos permitem começar uma startup sem software de forma mais fácil. Quando há serviço envolvido, por exemplo, é possível fechar todo um ciclo de aprendizado: desde o momento de entender a necessidade do cliente até entregar o que ele precisa. Tudo sem muito esforço tecnológico. Nesses casos, o mais adequado mesmo é tentar o concierge, ainda que você não esteja entregando a proposta de valor completa.

Já quando o modelo de negócio envolve alta tecnologia, pode ser um pouco mais complicado. Ainda assim é sempre possível tentar vender a primeira versão para aprender com o cliente, testar suas hipóteses e aumentar a produção depois.

Escolha um cofundador

Não ter o suporte adequado até mesmo para as melhores ideias pode matar sua execução. Na verdade, alguns investidores olham primeiro para a equipe fundadora, antes de olhar para a ideia ao considerar fazer um investimento. Se você já tem um cofundador – incrível, ótimo. Se não, você deve considerar trazer outra pessoa para o rebanho .

Procure alguém com um histórico sólido com quem você tenha, pelo menos, alguma história. A principal característica é encontrar alguém com um conjunto de habilidades que seja complementar ao seu. 

Estilo e personalidade também são considerações a serem feitas, já que você estará trabalhando ao lado dessa pessoa todos os dias e precisa saber que pode atingir seus objetivos em equipe. Além disso, pode haver espaço para apenas uma pessoa no centro das atenções, então entenda que um de vocês pode estar trabalhando nos bastidores e precisa estar ok com isso.

Uma Startup de sucesso é aquela que lhe dá liberdade

Outro ponto também é a capacidade de deixar os consumidores felizes e também fazer diferença na vida deles. Temos a tendência de usar o dinheiro automaticamente quando falamos de sucesso, mas para alguns fundadores, a capacidade de fazer a diferença – de realmente causar um impacto positivo no mundo – é a definição de uma startup de sucesso.

Meu convite é: perca o medo, saia da frente do computador AGORA e procure seu primeiro cliente. Como você vai produzir? Como você vai entregar? Como ele vai pagar? São todas perguntas secundárias. A primeira é sempre: será que ele vai querer?

Depois, claro, conte o resultado da sua empreitada. O espaço de comentários está aberto para quem quiser ensinar e aprender! =)

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Photo by Hamish Duncan on Unsplash

Rafael Carvalho

Rafael Carvalho é empreendedor digital há mais de 20 anos e desenvolveu dezenas de negócios na internet. É criador de diversos treinamentos online, com destaque para o método Lançamento Enxuto e a Mentoria Imparáveis, que são considerados os melhores treinamentos para quem deseja possuir um negócio lucrativo, honesto e saudável na internet.

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