Recentemente, o termo quiet quitting se tornou uma pauta frequente entre gestores, que passaram a identificar esse tipo de comportamento dentro de seus times.
Como resultado dessa prática, o que se observou foi um grande número de colaboradores desengajados que não correspondiam mais às expectativas das empresas, além de inúmeros pedidos de demissão. Mas o que de fato é o quiet quitting e quais as suas motivações?
Neste artigo, eu explico o que é esse fenômeno e o que vem causando esse tipo de comportamento dentro das empresas. Além disso, também vou dar dicas importantes para melhorar a performance do seu time. Acompanhe!
O que é quiet quitting?
Em português, o termo quiet quitting pode ser entendido como “demissão ou desistência silenciosa”, e tem sido um assunto recorrente nas falas de líderes e profissionais da área de gestão de pessoas.
Isso porque a prática passou a ser identificada com frequência, apontando para questões bastante sensíveis dentro das empresas. Mas o que de fato é o quiet quitting?
Eu vou explicar com um exemplo prático. Ricardo é responsável pelo atendimento na agência que trabalha, o que requer uma interação constante com clientes e uma colaboração com diversas equipes.
Nos últimos meses, Ricardo, que costumava ser bastante engajado e proativo, vem restringindo suas interações com o restante do time e demonstrando esforço mínimo nas tarefas. Esse tipo de atitude com recorrência é considerado quiet quitting.
Embora o termo indique algo sútil e passivo, os efeitos do quiet quitting podem ser devastadores dentro da agência, ficando bastante visíveis na observação de resultados e no clima organizacional.
Entre os principais sinais de quiet quitting, posso destacar:
- Baixo engajamento nas atividades;
- Pouca colaboração com outros membros;
- Se limitar ao escopo da contratação;
- Demonstrações de insatisfação.
Mas você deve estar me perguntando: “Rafa, por que isso acontece?”
E eu posso lhe responder que as causas são inúmeras. Vou listar as principais delas no próximo tópico. Confira!
Por que o quiet quitting acontece?
Para responder, vamos voltar ao nosso exemplo prático. Lembra do Ricardo, o responsável pelo atendimento na agência? Então, quando foi contratado demonstrava engajamento constante e sentimento de ownership. E qual a motivação do quiet quitting, afinal?
As motivações para o quiet quitting são variadas e, na maioria das vezes, não estão isoladas. Confira abaixo algumas delas:
Falta de alinhamento entre gestores e times
A falta de alinhamento é um dos principais fatores que ocasionam o quiet quitting e tem como fonte o desajuste de comunicação interna e falta de transparência com relação a visão e estratégias do negócio.
Se os colaboradores não recebem direcionamentos claros e não conhecem os objetivos em comum, é difícil manter todos engajados na busca por resultados.
Trabalho sem plano de carreira
Outro ponto importante para ressaltar quando o assunto é quiet quitting é o estímulo individual que precisa ser dado aos membros do time. E uma das maneiras de realizar isso é possibilitando o desenvolvimento e construindo um plano de carreira.
Ao não demonstrar espaço para o crescimento dos colaboradores na empresa, o gestor acaba por desestimular e esfriar o engajamento ou sentimento de ownership dentro do time.
Retrabalho constante e sobrecarga
A falta de comunicação e alinhamento de expectativas que eu já citei anteriormente acarretam outras problemáticas dentro do time, principalmente situações de retrabalho e sobrecarga de atividades.
Se não está claro para o time o que se espera de uma tarefa ou a comunicação com os clientes é falha, a tendência é o resultado ser insatisfatório e o engajamento ser baixo, o que acaba sobrecarregando alguns colaboradores.
Cultura organizacional enfraquecida
Se a cultura organizacional da empresa também não está bem definida, o resultado é uma desestrutura, como se todos estivessem perdidos sem um destino em comum.
Sabe a sensação de uma orquestra sem maestro, onde cada músico, por mais excepcional que seja, está tocando em ritmo diferente? Pois é, é assim que fica um time de uma empresa que não apresenta uma cultura bem estruturada.
Saúde mental
Outro fator muito relevante quando o assunto é quiet quitting são os cuidados com a saúde mental.
Em uma realidade organizacional de busca por alta performance e cotidiano de trabalho muito dinâmico, os fatores internos e externos que influenciam um colaborador podem acarretar em adoecimento mental.
Como é possível evitar o quiet quitting?
Como você pode perceber no exemplo prático do Ricardo, o quiet quitting muitas vezes pode acontecer com bons profissionais que já demonstraram seu valor dentro do time.
E como você sabe, o processo de recrutamento é um investimento alto e desnecessário se você pode fazer um trabalho de retenção no seu time.
Por isso, listei abaixo algumas dicas de como é possível afastar o quiet quitting do cotidiano da sua agência. Confira:
1. Estimule os rituais organizacionais na sua empresa
Uma gestão que não quer ser ver o fantasma do quiet quitting afetar seu time deve fortalecer a cultura organizacional incluindo dinâmicas recorrentes para estimular a comunicação, como por exemplo:
- Alinhamentos semanais;
- Reuniões rápidas diárias;
- Reuniões 1:1;
- Apresentação de resultados mensais do negócio para todo time.
2. Alinhe as expectativas
Outra maneira de evitar o quiet quitting é o alinhamento de expectativas, até porque isso deixa claro se os gestores e os colaboradores estão na mesma página com relação aos objetivos.
Esse alinhamento de expectativas pode ser realizado em reuniões de feedback individual, como no caso do 1:1, e também em reuniões com todo time onde são apresentados os OKRs e KPIs.
3. Ofereça planos de carreira para seus colaboradores
Oferecer propostas de planos de carreira e construí-los em conjunto com os profissionais do time é uma maneira eficiente de manter profissionais engajados, além de manter o quiet quitting longe do seu time.
Estimule o desenvolvimento pessoal e profissional dos seus colaboradores, mostrando para eles que há espaço para crescimento dentro da empresa.
Como você deve ter percebido, um dos sinais mais poderosos do quiet quitting é a baixa performance e o desengajamento do time, o que em uma realidade profissional cada dia mais dinâmica afeta drasticamente os resultados individuais e de todo o negócio.
Mas para identificar esses sinais e conseguir recuperar o desempenho dentro do seu time é necessário manter a atenção.
Pensando nisso, preparei um material completo sobre baixa performance e como é possível identificar e resolver dentro da sua agência. Confira: Baixa performance: o que gera e os principais sinais.
